Voltou a época de Inverno no departamento de desporto de temporada lá do gulag: voltaram também as formações das marcas* de ski e snowboard com formadores espanhóis. Muito bom. Formações pejadas de termos técnicos. E o que resulta disto? Sei vender tudo em espanhol e em espanholês. Em português torna-se complicado... Mas como a maior parte dos clientes são grunhos, não tem importância nenhuma, porque de qualquer modo não vão perceber um caracol do que lhes estou a tentar dizer.
Significa também o regresso de velhos clientes fiéis que passam ali horas na galhofa, a contar histórias da altura em que entravam no campeonato do mundo de ski, e são os melhores, e cafés com o Bode Miller, padrinhos dos filhos que o Hermann Maier ainda vai ter e o catano**. Porque em Portugal todos são excelentes esquiadores. Mesmo que só tenham posto as patas na neve 2 vezes. Ou seja, o carapau de corrida vai passear para o gulag, e o jacaré é que tem de o aturar. Decidi porém que este ano não vou andar a perder tempo com simpatias, galhofa chata, delicadeza e preocupação com a adequação do produto que vendo. Ou compra ou vai logo com o caralho; "Quer essas botas? Demasiado grandes? Ora essa! Estão perfeitas! Ah calça o 42 e essas são o 45... Pois, mas assim o pé respira melhor e fica mais à vontade. Também lhe disseram isso na Sportzone? Pois, está a ver?!" - a crise toca a todos e eu ganho comissão. Será sempre a aviar cartucho.
E com isto me despeço: vou dormir a sesta. Hoje posso.
*segundo os formadores todos os skis são os melhores e a sua marca é lider de mercado. Acho estranho. Só se funcionarem todas em mercados paralelos.
**não tanto mas quase quase...
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