Estou um bocadinho melhor que ontem. Não fui à faculdade. E vou ficar assim até às 18:30, hora em que no Gulag me espera uma análise exaustiva de todas as máscaras de neve que vamos receber este ano. Listagens com centenas de letrinhas minúsculas, das quais tenho de separar os modelos que vamos receber com a ajuda de um marcador verde fluorescente. Para quê? Absolutamente nada.
Em virtude de estarmos em época intermédia não há clientes. Logo há que nos manter ocupados com coisas inúteis, de modo a impedir a galhofa e o disparate. Quando não temos nada para fazer temos tendência a começar a disparatar. Quando dão por nós andamos escondidos na oficina a comer bolachas (aos bandos), ou a dançar atrás de um expositor ao som de qualquer música parva que toca na loja. Ou ainda a fazer jogos giros, tais como:
-"murro nas costelas" - jogo em que sempre que se apanha um colega com um braço no ar e a costela desprotegida se tem direito de lhe espetar um murro daqueles que até tiram o fôlego.
-"joelhada na coxa" - jogo em que se apanharmos um colega distraído e de costas podemos espetar-lhe uma joelhada valente na coxa que o faz cair e chorar de dor.
Tenho um problema com estes jogos, uma vez que sou gaja (a virar para o pequenita) e todos os outros concorrentes são gajos (a virar para o brutamontes). Deste modo, tenho de estar sempre atenta, e chego a temer pela minha integridade física. Há outros jogos, mas estes têm vindo a ganhar popularidade nesta altura. Não é fácil trabalhar ali... Acaba por ser uma luta pela sobrevivência. Sou uma aventureira!... à força.
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