Coisas que só acontecem a mim e a um palhaço de circo

Levantei-me da cama às 3 da tarde com uma ressaca monstra nos cornos. Concluí que tenho um problema com o álcool - já me dá ressacas, coisa que nunca antes havia acontecido. Retirei daí que estou a ficar velha. Fiquei triste e deu-me a fome (coisas de gaja, que também nunca antes me havia acontecido.) Uma vez que não tinha nada para comer em casa, ou seja, não tinha pão nem fiambre, resolvi ir ao supermercado. De carro, porque hoje as velhas patitas não estão a funcionar em condições. E lá fui.

Já a caminho de casa, ali na Brandoa (eheheh), ao arrancar depois de um semáforo vermelho, entra-me um pombo pela janela do carro, direito à minha tromba. Ia tendo um ataque cardíaco. Travei a fundo. O bicho, no lugar do pendura, não parava de dar às asas. Saí do carro em pânico. 10 pessoas que estavam na esplanada a assistir ao incidente resolveram ir ajudar-me (o pessoal na Amadora é solidário). Enquanto um monte de gente gritava para o pombo e punha as patas no meu carro a fazer movimentos bruscos, eu fiquei parada, a admirar aquela merda e a pensar na vida. Um puto de 10 anitos pegou no bicho, tirou-o do carro e mandou-o à vidinha dele. Os outros aplaudiram o feito. Eu agradeci, pedi desculpa pelo incómodo, entrei no carro e rumei a casa. Todos acenaram, com um sorriso na cara.

Sinto que faço parte do plano de algum ser superior para animar as hostes. Sou uma espécie de festival de variedades. Que caralho.