Obras no prédio.
Eu habito no 2º andar. Pensava que as obras eram aqui ao lado, ou em cima, tal era a magnitude do estardalhaço matinal. O chão treme e uma pessoa pensa "Que azar do caralho... Tinha de ser logo aqui. 9 andares e tinha de ser aqui ao pé!".
Tampões nos ouvidos, almofada em cima da cabeça.
Em conversa com a senhora do café de baixo (7º andar):
Jacaré: "As obras nunca mais acabam! Até sinto o chão a tremer..."
Sra do café: "Então que direi eu! Até me caem coisas do armário! É impossível estar em minha casa durante o tempo que andam lá nos batuques!"
Jacaré: "Mas... Tão longe e mesmo assim consegue ouvir tanto?"
Sra do café: "Oh filha! Longe? É mesmo por cima da minha casa!"
As obras que julgava serem aqui mesmo ao lado são, afinal, 6 andares acima.
Nesse mesmo dia, em almoço com o R. regado a vinho carrascão na cantina dos bombeiros do Marquês de Pombal:
Jacaré: "Porra Bro.. As obras estão a dar cabo de mim. E descobri que são no 8º andar! Não durmo... Pareço um zombie."
R.: "Isso é estranho. E já duram há muito tempo?"
Jacaré: "Sim. Para aí 2 semanas. Parece que andam a partir aquela merda toda."
R.: "Ui. Vê lá se não são um bando de otários que estão a mandar abaixo uma parede mestra. Ainda te cai a merda do prédio em cima." - ar natural e mais uma garfada.
Jacaré: "Oh achas?! Disparate."
Optimista o menino. O certo é que passei a temer pela minha vida. E cada vez estou mais célere e afoita na busca de casa.
Sem comentários:
Enviar um comentário