terça-feira, 24 de abril de 2012

Era uma vez

um comunista espanhol que eu não conheci, mas que no dia 24 de Abril de 1974 se dirigiu a Lisboa para participar na Revolução e morreu, de insuficiência cardíaca, um dia antes da mesma. O seu corpo por cá ficou, que não havia dinheiro para o mandar para casa, e no meio da confusão da Revolução lá se perdeu. Era o meu avô, que nunca cheguei a conhecer mas ao qual, segundo consta, me pareço nas qualidades de "refilona", "teimosa" e "de língua afiada"  (diz a minha mãe desde que me lembro de existir).
Até ao dia de hoje, chegadas as comemorações do 25 de Abril, a minha mãe fica triste e eu fico sem saber como ficar. Mas comemoro - a Revolução e a vida do meu avô, o comunista espanhol refilão e teimoso que lutou pela Revolução e não a chegou a viver, por uma questão de horas.

A vida às vezes é tão estúpida!

Sem comentários: