sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ponto de situação



Gosto destes gajos.

Mas não foi por causa deles que aqui vim parar hoje. Então já se sabe que estou na casa nova. E que a cozinha estava uma desgraça.

Estava. Depois veio cá a D. Mercedes, mulher milagreira que em 6 horas e por 42€ pôs a cozinha num brinco, deixando um rasto de frescura/sonasol até à porta, local de onde ainda gritou "Oh menina, não se esqueça! Faço comidinha muito boa! Rissóis de camarão, assim um tabuleirinho, bacalhau com natas. Tudo! Até coisas mais finas. Vou-lhe dizer! Faço o que quiser! E passo a ferro. Já sabe! Pode ligar quando quiser!"

E agora estão vocês a pensar "6 horas para limpar a cozinha?! Foste roubada!". Não. A mulher trabalhou à velocidade da luz. Lavou, limpou, esfregou, desmontou, estendeu, subiu, desceu, aspirou, desinfectou... Enfim. Eu nunca tinha visto uma cozinha tão... err... mal tratada. Ela disse "Estava à espera que os meninos um dia me pedissem para limpar a cozinha. Nunca pediram. Mas olhe menina, vou-lhe dizer,eu até lhes disse que uma coisa assim podia dar-lhes doenças graves! Eles só se riam de mim! Mas olhe, vou-lhe dizer* até estava com medo que me pedissem... Estava a adivinhar a trabalheira! Mas prontos... Agora já sabe. Não deixe a cozinha ficar assim outra vez! A menina chame-me que eles não ligam nada. Eu falo e eles riem-se."

A D. Mercedes é uma personagem ao mais alto nível. Ela fala, eles riem-se. E eu também, que a mulher tem piada.

Mas nem tudo é mau. Aliás, nada é mau. Grande casa. Grande vista do meu quarto. Grande sítio para morar.

Estou feliz da vida. Isto da mudança faz bem à alma.

*Expressão recorrente da personagem. Pelo menos 4 aplicações por frase (curta)

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