segunda-feira, 18 de julho de 2011

Meco, Sol, Rock N'Roll, pó, frio à noite e o resto II

Tive um ano inteiro para me esquecer e livrar dos 378 kg de pó que apanhei o ano passado. Agora vou recomeçar esse processo, desta vez mais penoso uma vez que acabei por ir acampar. E foi brutal. Raras vezes me ri tanto na puta da vida, tal era o calibre da equipa corajosa do acampamento. E raras (ou nenhumas) vezes fiquei tanto tempo sem tomar banho: 3 dias, um banho (de água doce, claro. De água salgada já é outra conversa) e 36 banhos de toalhetes perfumados. Filas de 300 pessoas para tomar banho em meia dúzia de chuveiros desencorajaram-nos, e decidimos andar em modo freak de modo a não perder tempo útil (concertos e cervejas) de festival. É nojento, eu sei, mas valeu a pena.

Dia 13 (dia 0):

Eu e a Desterrada chegámos lá para as 20h00, andámos quilómetros no meio de tendas alheias amontoadas e acabámos por encontrar um sítio espectacular com espaço e sombra. Montámos 2 tendas de rajada de modo a começar a guardar terreno para o resto da equipa. Acabámos por volta das 22 ao som de Peter Murphy que ecoava ao fundo. Bem se vê que já estavam à minha espera. O resto da equipa chegou e tinham tendas automáticas, pelo que depressa começámos a beber cerveja para hidratar (o pó desidrata, uma pessoa fica cheia de sede). Bebemos, bebemos, anedotas, parvoíce, junk food de festival, cerveja grande, cervejas médias, idas à "casa de banho" - vulgo toi toi - ou caixas de merda, cervejas grandes e gigantescos ataques de riso. Ainda considerámos ir à tenda dos martéis que já estava a bombar mas tínhamos cajús na tenda e achámos que era melhor. Depois da palheta no jardim do condomínio fomos dormir, entre roncos e adolescentes bêbedos e barulhentos.

Dia 14:

The Walkmen liiindo(!), Arctic Monkeys muito bom, Beirut uma bodega (boring) e não cheguei a ver Lykke Li (diz-se que foi muito bom, mas eu não sou mega fã e queria estar estrategicamente colocada para os Arctic) nem Tame Impala.

Dia 15:

Não cheguei a tempo dos Noiserv (crap) e não vi Chromeo porque era a seguir a Arcade Fire e como tal não me apeteceu estragar a memória de imediato. Rodrigo Leão foi giro, Portishead não aprecio e fui beber bjecas e ouvir um bocado de The Legendary Tigerman que foi bom. Arcade foi genial, muito muito genial (claro que podiam ter tocado mas 7 ou 8 mas enfim.) E o resto foi cerveja, pó e alegria. Tanta que fiquei afónica e ainda estou.

Dia 16:

Elbow foi a minha grande desilusão no festival. Paus foi giro à brava. The Vaccines é mau. Ian Brown é o maior e está todo queimado. Passámos o concerto a curtir a música e a rir dele e com ele, vá. E depois os Strokes. E o Julian é genial. Muito bom concerto, embora curto. E depois cerveja e cajús gourmet que encomendei à minha babe :)

Hoje voltei, tomei banho (horas a fio), lavei tudo o que levei comigo e encharquei-me de comprimidos para a garganta. E estou a contar dormir muito e bem.

6 comentários:

T disse...

Este texto tem várias omissões e imprecisões, a saber:

1 - Não refere tudo o que se pode fazer com uma cavala, ou várias.

2 - Não menciona o show de rabo da vizinha galega do lado, porque só foi visto por mim e por Mr. Frank.

3 - Mostra que existem pessoas que trocam Portishead por Paulo Furtado, ou seja, o equivalente a trocar os Campos Elísios pela Buraca.

4 - Não tem uma linha sobre o momento mais alto do festival... a minha chegada.

Apesar disso estás muito perdoada, os cajus - ao contrário dos amendoins de Fukushima, que sobraram todos -, eram do caralho.

jacaré disse...

Passo a fazer uma adenda. Perdão, ainda estou meia febril e em modo mulher perfeita (no sound).

Robene disse...

Beirut boring? Duas chapadas já nessa cara empoeirada por tal heresia.

jacaré disse...

poderia ter dito exactamente o que penso, mas fui branda. Atenção que eu gosto de Beirut e abominei o concerto. Mau som e muito fora de contexto.

Robene disse...

Com isso concordo. Aliás, da torre VIP (ahahaha) para trás o som esteve mau em todos os concertos. E não ajudava nada ter milhares de espanhóis histéricos a berrar-me aos ouvidos.
De qualquer modo, Beirut é um senhor e eu quase me vim nas cuecas quando ele tocou a Carrosels. Podia não estar era no dia de Artic, que a populaça estava lá toda para os ver. A ejaculação aos litros foi no entanto e definitivamente em Arcade.

jacaré disse...

Estou de acordo com a ejaculação em Arcade. Até fiquei sem pio. Só hoje é que recuperei a voz. Em Beirut não consigo. Mas nos Walkmen sim.