O ginásio

O texto que se segue vem em formato de composição da escola primária:
O ginásio é um sítio muito engraçado. Há lá muita gente diferente: alguns são simpáticos, outros são o Rambo, outros ainda o Chuck Norris e o Cristiano Ronaldo. Lingrinhas, gordos suados só de andar até à sala de treino, gajas boas, gajas normais, gajas que tentam falar comigo no balneário (não percebo porquê e então não respondo). Mas eu tenho um favorito. Um rapaz que aparentemente é normal antes de entrar no ginásio. Mal entra, aperalta-se de calção e t-shirt justinhos justinhos, tipo licra. Tudo preto. Jeitoso, mas a cena da licra estragava um bocado o cenário. Um bocado até hoje. Hoje estragou por completo.
O rapaz estava a caminhar, orgulhoso, pingo de suor na testa, altivo e alheio ao pessoal do algodão, e veio enfiar-se mesmo na maquineta à minha frente. Simpático, esboça um sorriso, vira-me as costas e coloca-se no aparelho numa posição ingrata, de rabo espetado na minha direcção. E eis quando senão... a licra expande e eu constato, visualmente e com algum desagrado e curiosidade que, o Rapaz, não tinha nada por baixo da licra. Nada. Zip, zut. Nadinha. A não ser, claro, um imponente rabo desnudo (mas contudo bastante definido. Bem se vê que trabalha para ele) apontado na minha direcção. Ali assim por baixo de uma ténue camada de licra. Devido a um iminente ataque de riso vi-me obrigada a mudar rapidamente de exercício, o que me alterou o esquema de treino e daí a minha perturbação.
E agora ficam para averiguar as seguintes questões:
1º Será que lhe devia ter dito alguma coisa? Um aviso, uma palavra amiga? Ou será que ele sabe?
2º Será que aquilo faz parte do esquema de treino dele?
3º Será que ele acha sexy ou está a tentar lançar uma moda para que toda a gente possa ver rabos desnudados no ginásio?
4º Será que eu não tenho mais nada para fazer? Mesmo nada?